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VISÕES


Eliane Triska

Por que no mercado de argumentos
Servem-se armamentos
Às guerras entre nações?

O riso sátiro e infame,
Cobra esguia do tatame,
Vencerá as orações?

Na corcova do ataúde,
Homens sem leis ou virtude,
Por mandato, rufiões!

Pois, caiam porcos obreiros,
Tais galantes estrangeiros,
Exímios camaleões!

Afoguem-se num desastre
Os roubos da melhor parte,
E se mostrem os ladrões!

Derrubem-se as prepotências,
Jugos, cangas de demências
Paternais humilhações.

Bastem noites de sangrias,
Jejuar beato, vigílias,
Coveiras das ilusões!

E um príncipe regente,
Com sua dor descontente,
Inspire paz às multidões!

O galo toque a trombeta
E a alvorada amanheça
Lendo os versos de Camões!

O sol não mais açoitado,
Viril membro hasteado,
Secará as solidões.

E o oceano arrastado
Sirva um copo adocicado
Bebido por gerações.

A lua, orvalho gigante,
Cairá itinerante
Inundando toda a terra,
De promessas, se empunhe
E, por amor venha a lume
O povo da nova era!



Canoas, maio de 2009/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 12/05/2009
Alterado em 25/11/2012
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