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Último suspiro

(a estrela que Bilac não ouviu)

Eliane Triska


Era noite, no cálculo celeste.
De pele escura, o céu, negro brilhante,
Ajardinou o chão da estrela amante
Que repetia a si: - Que me fizeste?


Cordilheiras astrais que a luz caminha,
Com gemas, meu amor, bordam o céu.
Eu, noiva triste, as rendas do meu véu.
Flores na Igreja... Vês? Estou sozinha.


Tua palavra, eu sei, não pode ver-me.
O meu vagar pulsou ausente a ti
No altar que poderias escrever-me.


Sem tuas letras torno-me a mortal!
Meu último suspiro, o que eu me vi,
Brilhei forte ao dizer-te: - Não faz mal!



Canoas, maio de 2011/RS




 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 08/05/2011
Alterado em 17/08/2014
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