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Raio Negro

Eliane Triska


Ó vendaval, costuro à tua boca,
Meu mundo artesanal, eu teço à mão:
No centro, a linho, eu bordo a minha touca,
E a estrela de um rei sábio, Salomão.


Ó boca poeirenta, a bordo, crias,
A tirania, irmã dos temporais.
Por quem, marés, ergueram-se sombrias?
Por quantos risos, fui deixada ao cais?

O pêndulo do cosmos soçobrou,
No estrondo sideral que esbarra em força
Do som da minha voz dizendo: eu sou!

O intento é me calar? Nem mil presilhas!
Orgulho e rei, sucumbam junto à forca!
É hora!  É hora! É queda da Bastilha!


Canoas, 21 de julho de 2013.

 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 21/07/2013
Alterado em 13/08/2014
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