Textos




A musa


Ó, dize-me, poeta, mesmo ausente,
De mim, que mal conheço, se te inspiro!
Se é da dor, o que sei, o que respiro
Me deixa aqui, calada, simplesmente.


O meu sorriso é triste, tu não sentes?
Um curto rio não chega vivo à margem.
Sem dar contas a Deus, sigo em viagem
Meio luz, meio sombra entre as videntes!


Os meus cabelos loiros que tu exaltas
E brilham fio a fio, devagarinho,
São vinhas... Luzes soltas das ribaltas,


Anunciam-me, à noite, como a musa.
Mas, se te beijo terna e de mansinho,
Ela diz: Vai-te embora! És a intrusa!


Canoas - 11.03.2010/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 11/03/2010
Alterado em 08/05/2013
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