Verso torto
Sei um tanto de ti que me foi dito.
Muito mais, outros tantos, disfarçados.
Mais o silêncio a quem portar o grito
Das mulheres de filhos abortados.
Ó, ave, passaranda és um colosso!
Exibida aos céus a mostrar-se às pombas,
Ai! Um looping no riso de bom moço?
Ai! A carniça é que perturba... Tombas!
Bico, bica- chão! Bico perde a graça.
Se é amarga a ingesta do abatido,
Põe açucar no caldo da carcaça!
Caiu um verso torto... Bem na hora!
A cegonha soprou no meu ouvido,
Que, dele, iria rir uma senhora.
Canoas, 31 de outubro de 2010/RS
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 31/10/2010
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