Amor mal escrito
(poesia infanto-juvenil)
Querido amor!
Peço licença à poesia,
de declarar sua falência,
dando à sua insuficiência,
os meus versos de a traduzir.
Visitei o dicionário,
reuni todo o abecedário
gramatical-literário
sem conseguir adesão.
São consoantes separadas,
de vogais mal colocadas
nas questões de pontuação.
As crases sem preconceito
são pretéritos imperfeitos
de insubordinação.
Dígrafo?... Que ousadia!
Dispensando a ortografia,
os porquês vão me perdoar;
às vezes querem estar juntos,
outras, é pra separar!
Protesto ser desse jeito,
pois todo o amor tem direito
de ser traduzido, sim!
Se tiver que ser guardado
como se fosse roubado,
fico sem perguntar se
gostas mesmo de mim!
Poema que resolvi mostrar aos amigos, que estava em meio aos guardados.
Canoas, 26 de julho de 2006/RS