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Ressurreta

Eliane Triska


Primaveras noturnas, sepulcrais.
A barcaça, vassala do Caronte,
Sepulta em suas águas sóis boreais.
Ah, águas de chorar! Chorar aos montes!


Águas do adeus, escorrem, ganham vida.
Tombadas dos meus olhos são o plasma
Das lágrimas que abismo, à noite erguida;
Minha alma e uma moeda: dois fantasmas!


Barqueiro, sinto frio onde caverno!
Miserável, sequer vestido eu trouxe.
Só me cubro com rogos ao eterno.


Suplico-te, que chegues sem alarde,
Mão sem alma caída à negra foice!
Chegaste, morte? - Mais tarde! Mais tarde!




Fevereiro de 2013.

 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 03/03/2013
Alterado em 13/08/2014
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