Tela de Águida Hettwer
Desastre!
Eliane Triska
Sangra-me, espinho! É teu dever viril
Lançar-me à dor que o meu viver encolhe,
Mostrar-te rijo em minhas carnes moles,
Deter-me as asas... Só dizer piu piu...
Um caco de palavra: tenho fé!
E a água de beber no meu deserto,
Que, morta, evaporou-se a céu aberto,
Perdeu-se das areias do Gizé?
Ó meu amor, eu sangro gota a gota,
(A litúrgica morte de uma santa)
Com beijos que me negas boca a boca!
Tremores... Cai a ave num rio doce!
Agoniza! Sem ninho, chora e canta,
Para que não vás! Para que não fosses!
Canoas, abril de 2013/RS
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 29/04/2013
Alterado em 13/08/2014
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