Túnel da escuridão
Eliane Triska
Linhas da escuridão... Terra das sedes!
Gigantes bocas d'água! Tudo some!...
As luas sofrem presas entre as redes,
E a minha boca fecha! Morre um nome!
Ah, túnel de tristeza! Zona morta...
Sou sem risos... Sou feita de amarguras
Que o sol viram bater de porta em porta,
E morto, nunca mais ir às alturas.
Não! Nada de implorar, pedir a esmola!
Deitado frio à tumba de um oráculo,
Um gesto de perdão de camisola.
Ó negros continentes, que me tomem,
À tenda do silêncio, em meio ao vácuo
Da minha boca, onde dorme um homem!
Canoas, maio de 2013/RS
INDEPENDENTE DO MEU EU
Jacó Filho
Não me julguem por assim ser debilitado,
São pertinências independente do meu eu,
Cada vivente paira na vida com seu legado,
Não foi por mim que o degrado aconteceu.
Tempos sombrios inundaram minhas vistas,
Na mente insana um procurar sem esplendor,
Não são profanas estas nuances de desamor,
Mas a ciência dum fim danoso já antecipado.
Sou uma centelha que tem origem no criador,
Nada mendigo para quem sabe o que vai dar,
Nesta matéria fui condenado a não ter amor.
Ao pó eu retorno adubando as bonitas flores,
Serei o alvo da visão de inúmeras donzelas,
Ante o processo que me puniu com o horror.
Boa noite Eliane Triska, parabéns pelo seu contundente soneto denotando este personagem de muitas lutas e poucos gozos terrenos.
Muito obrigado pela sua honrosa presença em meus pacatos versos, um grande abraço, MJ.