Noitais
Eliane Triska
Ó desérticas tendas das noitais!
Teu louco frio trevoso é o que me algema
Às horas, passageiras imortais...
Ai, meus pulsos em sangue, dor extrema!
Estanca! Quero ir vê-lo só um dia,
E plantarei um sol colhido à beira
Da luz de velas... (Salmos da agonia!)
Quão grande é uma cruz tomada inteira!
E o sol eu plantarei até os Andes,
Por terras onde a luz nasça tamanha,
Tão alta, ele não possa ver-me antes!
Ali, eu chorarei choros de monge,
Que oram, elevados à montanha:
Ó Deus! Ó Deus! Ó Deus! Por que tão longe?
Canoas, 26 de outubro de 2013/RS