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CUPIDO

Eliane Triska

Por que. amado meu,
me dás de urgência um verso?
Tua tristeza, por imensa,
quer, a ela, Deus conceda
ser desfolhado buquê?

Por quê?

Quem se importa, amor?
Somos ascetas.
O arco ordenha a flecha
por destemido ardor...
Tanto querer fere o alvo
que cai, tomado de assalto.
Mas quem o salva do amor?

 Janeiro/2014


Recebendo com muita alegria a interação do meu querido amigo poeta Cônsoli.

Por quê?

J.R.Cônsoli

 
Por que amada minha,
A urgência de um verso,
No frio espaço da escuridão?

Mais vale teu perfume que me inebria,
Que me fascina e
Flecha-me o coração!

Por quê?

Não sabes bem, ou pouco importas
O inútil do meu versar?
Duas almas, trameladas portas,
A sós na imensidão!

A urgência das palavras não é preciso,
O tempo se incumbe de contradizê-las...
Ascetas somos de uma mesma caverna,
Apalpando pedras, procurando estrelas, mendigando
Luz!

26-01-2014

 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 25/01/2014
Alterado em 09/02/2014
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