À deusa da noite
A mais longa das noites... Noite suja!
O choro amontoando-se às estrelas
Cobertas de luz negra... Oh! Viúvas?
Ó Terra, nunca mais poderás vê-las!
O crepitar do fogo, à noite fria,
No rito de fazer dos mortos pó,
Deixa as tumbas anônimas, vazias,
E a inscrição:
Por que o homem é tão só?
Ó noite das orgias criadoras,
Esculpa-se um clarão, faça-se o espanto,
E fecha tua
Boca de Pandora!
Irada,
Nyx brada à sua vinha:
Quero estrelas brilhantes no meu manto!
Dou de ombros e sussurro:
Essas? São minhas!
Canoas, 14 de julho de 2014