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O nascimento das lendas

Eliane Triska


Mares antigos... Leitos maternais
Que embalam as histórias tagarelas.
Os peixes falam línguas ancestrais.
Nas ondas, homens surfam primaveras.

Nas águas quentes, sob azul tão puro,
As lendas nascem como estrelas-guias,
Que irão povoar o céu ainda imaturo
Do homem. Consolar o que partia!

Ó morte peça à vida para orar!
Pai das sombras, o sol empresta a prole
Aos semblantes... O homem vai chorar!

Inspira e expira... Sim, ilhado
Por pulmonar palavra que console.
Molho o papel e, viro-me de lado!


Canoas, 05/07/2017

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Querido poeta Thiago Araujo,
meus versos muito se alegraram com a chegada dos teus..
Lindo teu soneto, jovem poeta!




Mares antigos, leitos desolados
Mares de mil historias dolorosas
Ruge este céu em fúria raivosa...
...nessas águas que aos homens tem afogado

Em água sombria, em horror gelado
As lendas vivem entre a bruma nebulosa
Não há estrelas nessa noite tenebrosa
Resta ao homem morrer só, abandonado

Os mortos choram pelos que estão vivos
Pois de suas dores ainda são cativos
Nem sabe que a vida lhe tortura

Choram os homens voltados para o mar
Pra águas que não podem consolar...
...maculada em meio a tantas amarguras


Thiago Araujo

 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 05/07/2017
Alterado em 20/10/2017
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